Um guia de Práticas recomendadas para gerentes de projetos Ágeis

By Kate Eby | 12 de July de 2016 (updated 2 de August de 2024)

O método Ágil não é uma atividade “de cima para baixo”. Em vez de um gerente de projeto distribuir atribuições e supervisionar o trabalho, realizar estimativas e desenvolver o plano por conta própria, o processo é derivado da equipe como um todo. Por exemplo, estimativas do tempo necessário para concluir uma tarefa são fornecidas pela equipe Ágil que a realizará, e os recursos a serem implementados dentro de um sprint são decididos pela equipe na reunião de planejamento do sprint, em que o backlog do produto é discutido e as preocupações são mencionadas.

Metodologias Ágeis são práticas colaborativas que diferem do planejamento tradicional de projetos. A seguir, uma discussão sobre planejamento de práticas recomendadas para gerentes de projetos Ágeis.

Planejamento do lançamento Ágil

O planejamento de lançamento Ágil difere do planejamento tradicional do projeto, uma vez que é baseado em uma seleção de recursos desenvolvidos durante um período específico (o sprint). O propósito final ao planejar o lançamento Ágil é alcançar a visão do produto — a meta de alto nível para o produto e como ele se alinha com uma estratégia de negócios.

O plano de lançamento de um projeto Ágil é um cronograma abrangente, focado no planejamento de várias iterações em um esforço para determinar quando cada lançamento será entregue. Para alcançar a visão do produto, existem vários detalhes a serem considerados antes de elaborar o plano de lançamento, incluindo:

  • Disponibilidade do proprietário do produto
  • Backlog priorizado, revisado pelo proprietário do produto
  • Membros da equipe e partes interessadas identificados
  • Locais e disponibilidade dos membros da equipe

Cada iteração ou sprint também terá o próprio plano.

Planejamento do sprint/iteração

No gerenciamento Ágil de projetos, o produto em si é desenvolvido em sprints. O objetivo do planejamento de sprint é determinar os recursos e funcionalidades que serão incluídos na próxima iteração. Antes de cada sprint começar, uma reunião de planejamento do sprint ocorre entre o proprietário do produto e os membros da equipe de desenvolvimento. As histórias de usuários e o backlog são revisados para determinar as tarefas que podem ser concluídas durante o sprint. Esses planos fornecem um nível mais refinado de detalhes (em comparação com o plano de lançamento de alto nível), incluindo quais tarefas devem ser executadas por quais membros da equipe e quanto tempo cada tarefa levará.

As atividades que ocorrem durante o processo de planejamento Ágil incluem:

Planejamento da tarefa: os membros da equipe Ágil dividem os recursos em tarefas e, em seguida, assumem essas tarefas. A prática recomendada é analisar as estimativas de tempo e tentar dividir em tarefas menores qualquer tarefa cuja conclusão possa levar mais de um dia. Isso ajuda a reduzir a incerteza e promove a conclusão bem-sucedida da tarefa. Também ajuda no trabalho da estimativa, uma vez que é muito mais fácil estimar o tempo exigido para concluir uma tarefa menor.

Estimativa Ágil: é verdade que estimar o tempo de conclusão pode parecer mais uma questão de mágica do que de ciência, mas alguns princípios podem ajudar a reduzir a sensação de “adivinhação”. A prática recomendada é confiar no sucesso do passado para estimar um esforço específico. Por exemplo, baseie-se nas velocidades de entrega de recursos no passado para planejar as velocidades futuras. Se a equipe foi capaz de entregar recursos X na iteração anterior, então planeje entregar recursos X no ciclo atual. Em Agile Release Planning By Example (Planejamento do Lançamento Ágil por Meio de Exemplos), Brian Stallings e Valerie Morris fornecem as seguintes práticas úteis para estimar o tempo de conclusão:

  • Dados históricos de referência — Específicos da equipe
  • Seja realista, não otimista
  • Faça a estimativa com base nas unidades menores de trabalho ao invés das maiores. As estimativas baseadas em tarefas ao invés de recursos, portanto, serão mais precisas

Desenvolvimento das histórias de usuários: a Declaração dos princípios do projeto afirma: “Nós entregamos resultados confiáveis engajando os clientes em interações frequentes e na propriedade compartilhada”. Ao se comunicar com o cliente, você pode determinar a meta geral do projeto e, em seguida, uma meta geral para o sprint/iteração. Baseie-se nessa meta para desenvolver as prioridades no recurso/história do usuário e, em seguida, permita que elas orientem a seleção dos recursos/histórias de usuários para desenvolver durante a iteração.

Gerenciamento de backlog: existem dois tipos de backlogs a serem considerados:

  • O Backlog de produto é a lista principal de itens a serem incorporados ao produto.
  • O Backlog da iteração é a lista de itens prioritários a serem elaborados durante a iteração atual.

O segredo para gerenciar os backlogs é gerenciar as prioridades. Trabalhe com seus clientes para garantir que os recursos mais importantes sejam entregues. Repetindo, conforme a Declaração afirma, “Nós entregamos resultados confiáveis engajando os clientes em interações frequentes e na propriedade compartilhada”. O cliente pode dizer quais itens de backlog têm a mais alta prioridade e quais são prioritários naquele momento específico. As prioridades podem mudar, por isso certifique-se de consultar os clientes periodicamente para ter certeza de que a próxima iteração ainda está sendo planejada adequadamente.

Cronograma Ágil: um cronograma Ágil talvez seja a mais “gerencial” entre todas as atividades de gerenciamento de projeto. A seguir, algumas diretrizes úteis para gerenciar o cronograma:

  • Agende em detalhes apenas para a iteração imediata: os sprints/iterações são úteis para gerenciar incertezas, mas é a adaptabilidade que os direciona. Agendar com muita antecedência impede que você seja hábil e responda às mudanças nas prioridades.
  • Envolva toda a equipe: o cronograma é uma atividade em equipe que é direcionada por estimativas; portanto, a equipe deve estar envolvida em todo o processo, não apenas para um cronograma preciso, mas também para promover a adoção.
  • Design e testes também fazem parte do desenvolvimento: ao criar estimativas e cronogramas, considere o tempo para essas atividades exigidas durante os sprints/iterações.
  • Inclua tempo para a reunião de demonstração: a demonstração é uma parte importante do lançamento e deve fazer parte do cronograma.

De acordo com a Declaração de princípios do projeto, “Nós esperamos incertezas e as gerenciamos por meio de iterações, previsão e adaptação”. Um componente primário da incerteza são as dependências. Para evitar essa armadilha, o método Ágil busca limitar as dependências por meio do planejamento do sprint/iteração. Isso ocorre porque as tarefas não são desenvolvidas com um projeto abrangente em mente, mas de um modo mais granular, no qual um conjunto de recursos pode ser desenvolvido em paralelo e entregue na ordem do trabalho durante o período de uma a quatro semanas que normalmente define um sprint/iteração. A prática recomendada é planejar seus sprints/iterações de maneira a evitar dependências.

Métricas Ágeis

Como afirma a Declaração de princípios do projeto, “Nós melhoramos o desempenho por meio da responsabilidade em grupo por resultados e responsabilidade compartilhada pela eficiência da equipe”. As métricas são os meios pelos quais os resultados e a eficiência são medidos. 

Algumas métricas valiosas para medir o desempenho da equipe incluem:

Taxa de queima: o ritmo em que o orçamento de um projeto está sendo gasto. O custo do projeto é algo que será solicitado e deve ser medido em relação ao retorno esperado. Isso é simplesmente uma questão de valor de negócios.

Funcionalidade entregue: o propósito de uma equipe Ágil é entregar funcionalidade no fim de cada sprint/iteração. Três maneiras de medir isso são:

Velocidade: o número de recursos/histórias de usuários que são trabalhados durante um sprint/iteração.

Defeitos: a eficiência ao basear o desenvolvimento no número de defeitos ou bugs descobertos.

Gráfico de burndown: a quantidade de trabalho que precisa ser concluída antes do fim do projeto.

Um gerenciamento de projetos eficiente resume-se a ajudar a equipe a cumprir as metas identificando e eliminando os obstáculos. Para isso, lembre-se do seguinte:

Ser Ágil tem a ver com indivíduos e interações: as métricas são boas para fornecer uma visão geral, mas não fornecem todos os detalhes. Então, quando uma métrica indica que há um problema, converse com os membros da equipe para descobrir o que está acontecendo.

Observe as tendências: se os defeitos são consideráveis, mas diminuem com o tempo, a equipe está resolvendo os problemas. Se os defeitos forem estáveis, talvez a equipe não esteja cuidando deles. Isso requer uma investigação adicional.

Planejamento Ágil tem a ver com trabalho em equipe e colaboração

Os projetos Ágeis são gerenciados por toda a equipe, principalmente no nível da iteração. A equipe deve trabalhar em conjunto para selecionar os recursos do backlog que serão incorporados à iteração atual, estimar o tempo, agendar o trabalho e direcionar o projeto para a visão do produto. O gerente de projeto mantém o plano, mas na verdade a equipe é a proprietária do plano e é responsável pelo cumprimento dos respectivos requisitos e prazos.

Ser Ágil tem a ver com indivíduos e interações, mas também com o trabalho em equipe e a propriedade da equipe. No gerenciamento de projetos tradicional, pode parecer que o gerente de projeto está em uma posição solitária, reunindo dados para montar um plano que depois é entregue aos proprietários da tarefa. No método Ágil, o gerente de projeto é um dos proprietários da tarefa e todos contribuem.

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